As vezes estou ouvindo Júlio Iglesias, entre outros que gosto, e naquele momento de alegria divina, onde canto, percebo que naquele instante, que é o meu instante, tudo está bem!
Vejo a alegria onde canto mesmo com talheres, roupas e o serviço que nunca tem fim dentro de uma casa, tudo está bem! Até quando vejo na TV, suas notícias ruins, por poucos instantes, sei que de um modo geral não devo dar voz ao mal que há no mundo, pois a maldade não pode ser alimentada.
Hoje percebo que o mal realmente tem que ser cortado pela raiz e, quando falo do mal, falo do egoísmo, da vaidade, do orgulho, da mentira… A alegria é bem maior e sublime que qualquer traço de maldade que ainda existe em mim.
E o amor, como dito: “um gesto de amor cobre uma multidão de pecados”. E se o amor é o que de mais forte existe, porque insistimos em dar voz as maldades que o mundo apresenta? Porque multiplicarmos as notícias ruins quando temos, hoje, não no meu tempo de juventude, tantas vozes e corações fazendo o bem, dando sorrisos, compartilhando alegrias?
Alegremo-nos com o mais simples! Falemo-nos das nossas conquistas ser sermos orgulhosos. Compartilhemos o amor e a alegria sem sermos alienados. O mal não deve ser compartilhado! Sabemos que algo não tão bom assim está por perto. Sim, sabemos! Não é para sermos indiferentes, é para darmos mais de nós, levarmos mais luzes, escrevermos mais alegrias e trazer nossos filhos, netos, bisnetos, irmãos… todos que desejarem embarcar nesse barco celeste.
Francisco de Assis já escreveu “…onde houver tristeza, que eu leve a alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz…”
O amor tem que ser um eco dentro de nós (dentro de mim), tem que vibrar em cada canto e, quando o mal surgir, possamos trazer a luz para dentro e depois levar a luz para outros.
Perguntaram para Irmã Dulce se ela assistia TV, e ela disse que não, pois tudo que ela necessitava ver, fazer e saber já estava ao seu redor.
O mal está em mim e não posso pedir que todos mudem se eu não tiver paz. Se não mudo não posso pedir aos meus filhos, netos, bisnetos que mudem. Se dou voz as maldades elas crescem e a minha paz não é verdadeira.
E quando ouço Júlio Iglesias, eu canto: “…amor, amor, amor nasceu de mim, nasceu de ti, da esperança; amor, amor, amor, nasceu de Deus, para nós dois nasceu de nada”.
Severina Melo
Articulista nascida em 1932, em Pernambuco. Essa bisavô de 85 anos não é escritora, política ou poetisa. Ela é somente Severina!
